Motel X apresenta mais novidades

Os aguardados "Sasquatch Sunset", "In a Violent Nature" e "Oddity", a mais recente longa de Edgar Pêra sobre Pessoa e Lovecraft criada com IA, a recordação da primeira obra cinematográfica do maestro António Victorino D'Almeida, o ciclo de filmes de terror proibidos pela ditadura e o elevado número de curtas portuguesas em competição preenchem para já o corpo de novidades do 18.º MOTELX.

Os aguardados "Sasquatch Sunset", "In a Violent Nature" e "Oddity", a mais recente longa de Edgar Pêra sobre Pessoa e Lovecraft criada com IA, a recordação da primeira obra cinematográfica do maestro António Victorino D'Almeida, o ciclo de filmes de terror proibidos pela ditadura e o elevado número de curtas portuguesas em competição preenchem para já o corpo de novidades do 18.º MOTELX.

A edição deste ano justifica a excelente forma do terror feito por cá e isso reflete-se no número de filmes em competição. Fruto da lógica evolutiva e da vitalidade da produção de género em Portugal e na Europa, de que o MOTELX é um dos maiores catalisadores, oito títulos nacionais disputam o Prémio Méliès d'argent - Melhor Curta Europeia 2024: "Antes do Nascer da Lua", de Mário Patrocínio; "O Camaleão", de Tiago "Ramon" Santos; "Canto", de Guilherme Daniel; "Estéril", de João Pais da Silva; "The Hunt", de Diogo Costa; "Nuclear", de David Falcão; "Quanto Pesa um Corpo?", de Gabriel Garcia Nery; e "Unicorn Hunting", de Miguel Afonso.


Quanto aos alinhados para o Prémio MOTELX - Melhor Curta de Terror Portuguesa 2024 - o maior prémio monetário para curtas-metragens do país e a competição mais importante do Festival -, estes solidificam o dinamismo do cinema de género luso, com uma dezena de filmes a concurso: "After Link", de Catarina De Cèzanne; "Holofote", de Camilla Ciardi; "Menor que Três", de Dan Martin, Sofia Pessoa Pádua, Mariana Cabecinha e Cláudio Monteiro; "The Night Hunter", de Paulo Leite; "Parem de Olhar para Mim", de Carolina Aguiar; "Penrose", de Alessandra Roucos e Maria Teresa Teixeira; "O Procedimento", de Chico Noras; "Putto", de Carlos Calika; "Santanário", de João Pedro Frazão; e "Umbral", de Miguel Andrade.


Ainda no campo das competições, o MOTELX retoma a união fundada o ano passado com o GUIÕES - Festival do Roteiro de Língua Portuguesa, que celebra a sua 10.ª edição, para eleger o melhor dos cinco argumentos de terror seleccionados para longas-metragens ainda não produzidas, o Prémio MOTELX GUIÕES 2024.

"Il Demonio", de Brunello Rondi (Itália, França, 1963), "The Plague of the Zombies", de John Gilling (Reino Unido, 1966), "10 Rillington Place", de Richard Fleischer (Reino Unido, 1971), e "Valerie and Her Week of Wonders", de Jaromil Jires (Checoslováquia, 1970), são as fitas banidas pela ditadura presentes no ciclo "A Bem da Nação: Os Filmes de Terror Proibidos pelo Estado Novo", no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. Além das quatro escolhas, há uma Sessão Surpresa (em parceria com a FilmTwist) a ter lugar na Sala Rank do Cinema São Jorge, onde, reza a lenda, a censura via e classificava filmes.



Outro tema na programação é o fenómeno da Inteligência Artificial, através da primeira projecção em Portugal, após a estreia em Locarno, do documentário-ensaio "Cartas Telepáticas", de Edgar Pêra - um exercício de IA traduzido em arte, estabelecendo elos entre Fernando Pessoa e H. P. Lovecraft -, e do resultado ao desafio colocado pelo MOTELX a cineastas de tentarem usar esta tecnologia contemporânea de forma artística, no AI Horror Short Films Showcase.

No MOTELX Lab, a não perder a apresentação da enciclopédia feminista "I Spit On Your Celluloid: The History of Women Directing Horror Movies", de Heidi Honeycutt, com um painel moderado pela associação MUTIM - Mulheres Trabalhadoras das Imagens em Movimento que inclui a autora e ainda a realizadora galesa Prano Bailey-Bond. Associado ao encontro, está reservada a exibição de "Censor" (Reino Unido, 2021), o terror psicológico de Bailey-Bond acerca de uma censora britânica durante o auge do video nasty.


Ao vasto naipe de novidades, junta-se a entretanto revelada colaboração com o colectivo artístico Liquid Sky. Apontado para os dias 6 e 7 de Setembro e integrado no Warm-Up do Festival, o MOTELX AV Lab co-hosted by Liquid Sky Artistcollective ocupa o Beato Innovation District (antes Hub Criativo do Beato) com um desafiante programa de fusão entre música electrónica e terror, que pretende reunir músicos, realizadores, sound designers e artistas ligados ao VJing em workshops de sintetizadores DIY, jam sessions, performances e sessões de cinema underground.

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